quarta-feira, 24 de junho de 2015

O teste de Bechdel e a "Barbie" no cinema

Alison Bechdel é uma cartunista muito conhecida pela HQ "Fun home" e, é claro, o teste de Bechdel. Este teste consiste em uma análise cinematográfica onde avalia-se os aspectos femininos abordados na trama. Basicamente, o teste é composto por três observações a serem feitas ao filme: 1ª: O filme deve ter, no mínimo, duas mulheres com nomes e histórias; 2ª: Elas devem conversar entre si por, no mínimo 60 segundos; 3ª Elas devem conversar, nesses 60 segundo, sobre algo que não envolva o sexo oposto.


É um teste bem simples e é, aparentemente, fácil encontrar filmes com essa temática. Entretanto, você vai se surpreender com a raridade que esses filmes são feitos. Não é um teste que envolva a qualidade do filme, nem o feminismo deste. É, simplesmente, um teste que revela se o filme retrata as mulheres de forma justa.

Separei um momento para enquadrar a infância feminina no teste de Bachdel. Quase todas as meninas já assistiram aos filmes da Barbie, e é por esse motivo que pensei em fazer uma análise da Barbie desde o início até os dias atuais. 

A começar por um dos primeiros: Barbie como Rapunzel. Nesse filme a Barbie conta a história da Rapunzel, que descobre um pincel mágico capaz de criar um portal para dentro do desenho feito. Então, Rapunzel desenha a aldeia, já que essa quer tanto sair da torre para visitar esta. Ao chegar à aldeia, ela conhece o príncipe. Na história original, que temos conhecimento hoje em dia, Rapunzel só consegue sair da torre com uma pequena ajuda do príncipe. Já na história da Barbie, é a moça que encontra o príncipe. Mesmo assim temos um roteiro totalmente voltado para o romance de uma mulher e um homem, incentivando indiretamente, as meninas a sonharem com esse tipo de vida. Entretanto, logo em seguida, a Barbie cria um roteiro atrás do outro mudando, ao longo do tempo, o conceito inicial dos primeiros filmes. Temos exemplos como: Barbie e o castelo de diamantes, onde a trama envolve duas melhores amigas tentando ajudar uma terceira em uma missão. Neste segundo filme, elas encontram dois "príncipes", porém, eles não são "felizes para sempre" como o clichê faria. 

Há alguns dias eu assisti ao filme "Barbie - A princesa e a pop star", um dos mais recentes. E notei o feminismo inspirados que há nele. Foi um filme anterior à Frozen, e representa a mulher tão guerreira quanto (se não mais). Nessa trama, Tori e Kira se tornam melhores amigas e, mais tarde, trocam de vida com ajuda de mágica (não questionável, simplesmente aceitável). Vivendo uma a vida da outra, elas acabam descobrindo mais sobre a outra e sobre si mesma, fazendo assim, suas vidas melhores. Tirando a parte da amizade, o filme conta com  presença de um "herói" se é que se pode chamá-lo assim. O príncipe Liam aparece de relance em algumas cenas, mas a mais marcante é quando o vilão foge e as duas meninas vão atrás desse, enquanto isso Liam captura o capanga insignificante e diz a seguinte frase: "E o príncipe Liam salva as donzelas em perigo". Quando ele percebe que, na verdade, ele não fez nada demais percebe-se a clara intensão de humorizar a cena com homem sendo insignificante na solução do problema, sem ser misândrico, é claro.

Encerrando, recomendo que façam as suas sobrinhas/irmãs/primas mais novas assistirem ao último filme citado, que por sinal, faz muita referência pop de Cyndi Lauper e de um filme mais antigo da franquia (Barbie - a princesa e a plebeia). 

sábado, 20 de junho de 2015

Uma crítica da sequência de "A escolha perfeita"


Direção de Elizabeth Banks

Na nova trama das Barden Bellas, elas se encontram perdidas. E é com esse paradoxo que começo falando de um dos filmes mais dançantes que eu vi nesses últimos dias. Novamente, "A escolha perfeita" dá enfoque para o eletrônico, e para os mash-ups. Mas como a direção mudou, não podíamos esperar menos do que uma mera mudança no estilo do filme. Presenciamos então, um pouco mais de comédia encrustada de musical.

Não dá para negar o sucesso da estréia de uma atriz atuando como diretora. O longa proporciona risadas com a personagem "Amy Gorda" em sua tentativa de fazer um ato romântico para o ex líder dos troublemakers. Também tendo os "Ownnt" para esse casal.

Esse retrato do romance existente entre os dois, foi algo bem inovado. No primeiro filme sentia-se um clima, mas, jamais um romance assumido. E essa loucura diferenciada acabou sendo bem aplaudida pelo público.

Falando sobre a nova contratada da trama: Hailee Steinfeld. Hailee interpreta Emily, uma nova integrante das Bellas e mais tarde, a chance das Bellas de ganhar um mundial. Emily compõe a música "Flashlights" que acaba sendo apresentada na final das Bellas. Não obstante, o concurso à capella  não aceita performances originais, o que causa uma dúvida no telespectador para com a vitória do grupo. Mas não se pode não se emocionar com a performance munida de gerações e gerações de Bellas cantando uma mesma música! O que acaba com a importância de um troféu e apenas ficamos felizes se o filme acabasse ali mesmo, naquela performance.

Sem poder acabar essa crítica sem falar participações especias, venho aplaudir com palavras, a linda chance que deram ao grupo Pentatonix de estar em um filme mostrando um pouquinho do talento deles.

quinta-feira, 18 de junho de 2015

Uma crítica de Cantando na Chuva


Direção de Gene Kelly, Stanley Donen

Em 1930 surge em Hollywood o cinema com som. Essa foi uma época muito difícil para os atores, muitos perderam os empregos, pois não se davam muito bem com essa nova tecnologia. Alguns eram incríveis com suas atuações à la Charlie Chaplin e Mr. Bean , mas na hora de abrir a boca eram péssimos (não é o caso de Charlie Chaplin e Mr. Bean , que já nos provaram que são perfeitos em tudo que fazem).

No filme Cantando na Chuva, vemos a chegada dos “filmes falantes” e a personagem Lina Lamont  é representada como a mais prejudicada. Ela não consegue pronunciar bem as palavras, tem uma voz um tanto irritante e ainda por cima não sabe cantar (lembrando-lhes que estamos falando de um musical). O charmoso Don Lockwood, por outro lado, não apresenta tantos problemas com a chegada do áudio. Ele se mostra apenas com dificuldades em se adaptar.

A trama gira em torno de um estúdio de cinema que está produzindo um novo filme. Lhes é apresentado o áudio e todos amam a ideia. Porém, na hora de produzir esse longa, enfrentam problemas como a perda de áudio (pois Lina, que dá a graça da trama, não consegue dirigir suas falas em direção ao microfone), problemas de dicção, entre vários. Quando o longa fica pronto, parece um filme de comédia, ninguém consegue parar de rir, mas por sorte eles ainda tem seis semanas antes do filme ser lançado no cinema. Então nosso mocinho Don, com ajuda de Donald O’Connor, tem a ideia de transformar o filme em um musical. A ideia é aceita e posta em prática, mas novos problemas ocorrem quando percebem que Lina não vai aceitar uma dublagem tão facilmente.

O musical é de 1952, logo, a tecnologia usada ainda era a de tecnicolor, com exceção para as cenas do filme que eles produzem (que era em preto e branco por retratar a época da chegada do som, que foi em 1930). O tecnicolor foi uma das invenções mais majestosas, em minha opinião. Pra quem assistiu a “O mágico de Oz”, de 1939 sabe que os diretores arrasaram e suaram em cada cena. Com um aspecto vintage e colorido, “Cantando na chuva” não pode deixar de ser apreciado pelos amantes do cinema e de musicais.